sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Persistência e Fé


Esta é a história de um garoto que vivia só com seu pai. Ambos tinham uma relação de amizade e respeito muito especial.

O menino pertencia à equipe de futebol americano da escola, normalmente não tinha oportunidade de jogar, ou melhor, quase nunca. Mesmo assim seu pai permanecia sempre nas grades lhe fazendo companhia.

Quando entrou no segundo grau, ele era o mais baixo da classe, mas insistia em participar da equipe de futebol do colégio. E seu pai sempre orientava e explicava que ele não tinha que jogar se não quisesse realmente.

Mas o garoto amava o futebol e não faltava em nenhum treino ou jogo. Estava decidido a dar o melhor de si e se sentia comprometido. Os colegas o chamavam de esquenta banco, porque vivia sentando como reserva...

No entanto, seu pai, com espírito lutador, sempre estava nas grades fazendo-lhe companhia, dizendo-lhe palavras de consolo e dando-lhe todo apoio que um filho podia esperar.

Quando ingressou na Universidade, tentou entrar na equipe de futebol, e todos estavam certos de que não conseguiria, mas ele conseguiu entrar na equipe.

O treinador disse-lhe que o tinha aceitado porque ele demonstrava jogar de corpo e alma em cada um dos treinos e, ao mesmo tempo, transmitia à equipe grande entusiasmo.

A notícia encheu seu coração por completo, correu ao telefone mais perto e ligou para seu pai, que compartilhou com ele a emoção.

Sempre enviava ao pai os ingressos para assistir aos jogos da Universidade. O jovem atleta era muito persistente, nunca faltou a nenhum treino ou jogo durante os 4 anos da Universidade e também nunca teve a chance de participar de nenhum jogo.

Era a final da temporada e justo alguns minutos antes de começar o primeiro jogo das eliminatórias, o treinador lhe entregou um telegrama.

O jovem leu e ficou em silêncio por alguns instantes...

Respirou fundo e, tremendo, disse ao treinador: Meu pai morreu esta manhã.

Existe algum problema se eu faltar no jogo hoje?

O treinador o abraçou e disse: Tire o resto da semana de folga, filho, e nem pense em vir no sábado.

Chegou o sábado e o jogo não estava bom...

Quando a equipe estava com dez pontos de desvantagem, o jovem entrou no vestiário, colocou o uniforme em silêncio, correu até o treinador e lhe fez um pedido, quase uma súplica:

Por favor, deixe-me jogar! Eu tenho que jogar hoje, falou com insistência.

O treinador não queria escutá-lo. Afinal, não podia deixar que seu pior jogador entrasse no final das eliminatórias.

Mas o jovem insistiu tanto que, finalmente, o treinador, sentindo pena, deixou:

Ok, filho, pode entrar, o campo é todo seu...

Minutos depois o treinador, a equipe e o público não podiam acreditar no que estavam vendo.

O pequeno desconhecido, que nunca tinha participado de nenhum jogo, estava sendo brilhante. Ninguém podia detê-lo no campo, corria facilmente como uma estrela.

Sua equipe começou a fazer pontos até empatar o jogo e, nos últimos segundos, o rapaz interceptou um passe e correu por todo o campo até fazer o último ponto... E graças a ele a sua equipe foi vencedora.

As pessoas que estavam nas grades gritavam emocionadas e ele foi carregado por todo o campo.

Finalmente, quando tudo terminou, o treinador notou que o jovem se afastara dos outros e estava sentado, em silêncio e pensativo.

Aproximou-se dele e falou: Garoto, não posso acreditar! Esteve fantástico!

Conte-me como conseguiu!

O rapaz olhou para o treinador e lhe disse:

O senhor sabe que meu pai morreu... mas o que o senhor não sabia é que ele era cego.

Meu pai assistiu a todos os meus jogos, mas hoje era a primeira vez que ele podia me ver jogando...

E com um sorriso molhado de lágrimas concluiu:

Eu quis mostrar a ele que sim, que eu podia jogar bem.

* * *

Persistir num ideal, acreditar nas próprias forças, jamais desanimar, nem mesmo diante da morte, pois ela é a grande porta de acesso à Imortalidade gloriosa...

(http://www.momento.com.br/exibe_texto.php?id=2745) 


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Divulgação Espírita da Juventude 2011


Participe da mostra de conhecimento "Divulgação Espírita da Juventude 2011" - Tema: Mediunidade à Luz da Doutrina Espírita. Dias 24/09, das 16h00 às 19h30 e 27/09, das 20h00 às 21h30, no salão da DEIJ-FAK. Excelente oportunidade de integração da juventude ! Realização: Diretoria de Evangelização de Infância e Juventude da FAK (DEIJ-FAK)

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Que é Deus ?


O professor Rivail, já utilizando desde então o codinome "Allan Kardec", abre o capítulo primeiro, do livro primeiro da codificação da Doutrina (Ensinamentos) dos Espíritos, com a pergunta título deste artigo.
Kardec já tomava por base que para iniciar e ter total empenho nas suas pesquisas espíritas, nunca seria demais a máxima frieza e o sistemático controle das paixões evitando descambar-se para a religiosidade muito forte da época, para a curiosidade pueril, para a sede do sobrenatural ou quaisquer manifestações deste gênero. Tanta convicção tinha neste comportamento que mais adiante advertiria os seus seguidores: "O Espiritismo será científico ou não subsistirá".
Recebeu dos Espíritos que "assinam" os prolegômenos de "O livro dos Espíritos" a resposta mais próxima da verdade científica até hoje já concebida: - Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas.
A lei básica que rege o Universo (todas as coisas) é a lei de Causa e Efeito ou Ação e Reação, como é conhecida no meio científico. Para um efeito inteligente sempre haverá uma causa inteligente correspondente.
Para que possamos chegar próximos a entender o que é Deus, devemos fazer um esforço para idealizarmos mais ou menos o que seria o Universo, começando portanto pela tomada de consciência do espaço tridimensional (comprimento, largura e altura) que ocupamos no mesmo, passando daí para a percepção do espaço da nossa residência, bairro, cidade, estado, país, continente e planeta Terra com seus 40.000 quilômetros de extensão na circunferência. A Terra faz parte de um sistema solar que possui apenas 9 planetas com 57 satélites no total de 68 corpos celestes. A "grosso modo" em relação a outros astros do sistema solar, a Terra possui um volume 49 vezes maior que o da lua e 1.300.000 vezes menor que o do sol. É preciso que tenhamos noção de sua pouca importância diante do restante do Universo.
Nosso sistema solar faz parte de uma pequena galáxia conhecida por Via Láctea, um aglomerado de cerca de 100 bilhões de estrelas, com pelo menos cem milhões de planetas e conforme os astrônomos, no mínimo cem mil com vida inteligente e mil com civilizações mais evoluídas que a nossa.
As últimas observações do telescópio Hubble (em órbita), elevaram o número de galáxias conhecidas para 50 milhões. Em 1991, em Greenwich, na Inglaterra, o observatório localizou um quasar (possível ninho de galáxias) com a luminosidade correspondente a 1 quatrilhão de sóis.
Diante destes números pensaríamos haver chegado na idéia do que é o Universo; ledo engano, pois estas áreas, ou melhor, volumes, representariam apenas 3% do que seria a totalidade de tudo dentro do tridimensional e espaço / tempo como conhecemos. Os espaços interplanetários, interestrelares e intergalácticos, obviamente, formariam a maior parte daquilo que chamamos de Universo.
Os fenômenos de aporte (transporte de matéria através de outras dimensões) tão conhecidos dos pesquisadores da paranormalidade e a anti-matéria já produzida em laboratórios experimentais mais desenvolvidos através do planeta, nos dão a confirmação dos estudos de pesquisadores da capacidade de um Friedrich Zöllner, que no século passado , comprova a existência da quarta dimensão e conseqüentemente outros tantos Universos, quantas tantas dimensões for possível conhecermos.
A teoria mais moderna da criação do Universo, nos remete não apenas para o Bigbang (a grande explosão) início de tudo, mas, para a idéia de vários bigbangs, com Universos cíclicos através de quatrilhões ou mais de anos.
E aí? Será que conseguimos chegar perto da idéia da concepção e tamanho da obra de Deus, para tentar entendê-lo?
Não seria no mínimo estranho que após esta monumental obra inteligente, Deus colocasse em um planeta que representa um ínfimo grão de areia em uma cadeia de montanhas como o Himalaia, sua grande criação, o homem, feito sua imagem e semelhança?
Nosso grande irmão e amigo Jesus, há 2000 anos, já passava em forma de contos e parábolas vários conhecimentos intelectuais e morais que possuía devido ao seu grande estado evolutivo, quando em missão entre nós, confiada pelo Criador afirmou: "Na casa de meu pai existem muitas moradas".
Para concluirmos esta nossa pequena intenção de lançarmos nossos confrades na especulação ao entendimento do que seria Deus, iremos nos valer da "coleção de livros" chamada Bíblia, que no entender do grande intelectual e eminente espírita Dr. Carlos Imbassahy, é um livro como outro qualquer, em que nos seus textos contém tudo que a gente queira para justificar, a favor ou contra qualquer coisa.
No Antigo Testamento, Livro Gênesis, Capítulo 1 (Criação do homem), versículo 26 temos: "e (por fim) disse: Façamos o homem à nossa imagem e semelhança (sic...)".
Se tomarmos como verdadeira a hipótese de que a Bíblia é a palavra de Deus, qual seria a imagem correta do nosso Criador? Um homem ou mulher? Velho, ariano de barbas longas ou de cor negra, e magro como os etíopes (teoricamente os primeiros hominídeos) ?
Não seria melhor tentarmos entender uma concepção mesmo que não a conheçamos bem? Como por exemplo: o que sabemos a respeito do que somos (espírito)? Qual a imagem fiel que temos do mesmo? Ninguém sabe, ou melhor, conhecemos bem o corpo material, e relativamente o periespiritual, mas não o espírito. Conforme Allan Kardec, o espírito é alguma coisa formado por uma substância, mas cuja matéria, que afeta nossos sentidos, ele não nos pode dar uma idéia.
Pode-se compará-lo a uma chama ou centelha cujo clarão varia de acordo com o grau de sua depuração. Sendo assim, pois, teríamos o entendimento melhor de nossa imagem de acordo com a de Deus.
No tocante a semelhança é mais fácil a sua comparação quando procuramos compreender a eternidade, já que a palavra pressupõe algo que não tem início nem fim, como Deus; que é infinito, único, perfeito e todo-poderoso. Já ao passo que nós somos algo como semi-eternos; tivemos um começo criado por Ele e evoluímos na Sua direção conforme o Seu desejo.

Mediunidade no tempo de Jesus


 “Se alguém julga ser profeta ou inspirado pelo Espírito, reconheça um
mandamento do Senhor nas coisas que estou escrevendo para vocês”
 (PAULO, aos coríntios).
Introdução
A mediunidade é uma faculdade humana que consiste na sintonia espiritual entre dois seres. Normalmente, a usamos para designar a influência de um Espírito desencarnado sobre um encarnado, entretanto, julgamos que, acima de tudo, por se tratar de uma aquisição do Espírito imortal, pouco importa a situação em que se encontram esses dois seres, para que se processe a ligação espiritual entre eles.
É comum que ataques ao Espiritismo ocorram por conta desse “dom”, como se ele viesse a acontecer exclusivamente em nosso meio. Ledo engano, pois, conforme já o dissemos, é uma faculdade humana, e assim sendo, todos a possuem, variando apenas quanto ao seu grau.
Os detratores querem, por todos os meios, fazer com que as pessoas acreditem que isso é coisa nova, mas podemos provar que a mediunidade não é coisa nova e que até mesmo Jesus dela pode nos dar notícias. É o que veremos a seguir.
A mediunidade e Jesus
Quando Jesus recomenda a seus doze discípulos a divulgação de que o “reino do Céu está próximo” fica evidenciado, aos que estudaram ou vivenciam esse fenômeno, que o Mestre estava falando mesmo era da faculdade mediúnica. Entretanto, por conta dos tradutores ou dos teólogos, essa realidade ficou comprometida no texto bíblico. Entretanto, como é impossível “tapar o sol com uma peneira”, podemos perfeitamente identificá-la, apesar de todo o esforço para escondê-la.
O evangelista Mateus narra o seguinte:
Eis que eu envio vocês como ovelhas no meio de lobos. Portanto, sejam prudentes como as serpentes e simples como as pombas. Tenham cuidado com os homens, porque eles entregarão vocês aos tribunais e açoitarão vocês nas sinagogas deles. Vocês vão ser levados diante de governadores e reis, por minha causa, a fim de serem testemunhas para eles e para as nações. Quando entregarem vocês, não fiquem preocupados como ou com aquilo que vocês vão falar, porque, nessa hora, será sugerido a vocês o que vocês devem dizer. Com efeito, não serão vocês que irão falar, e sim o Espírito do Pai de vocês é quem falará através de vocês”. (10,16-20).
A primeira observação que faremos é que por ter tentado a Eva, dizem que a serpente seria o próprio satanás, entretanto, isso fica estranho, porquanto o próprio Jesus nos recomenda sermos prudentes como as serpentes. Esse fato demonstra que tal associação é apenas fruto do dogmatismo que só produz o fanatismo religioso.
Essa fala de Jesus é inequívoca quanto ao fenômeno mediúnico: “não fiquem preocupados como ou com aquilo que vocês vão falar, porque, nessa hora, será sugerido a vocês”, e arremata: “Com efeito, não serão vocês que irão falar, e sim o Espírito do Pai de vocês é quem falará através de vocês”. A tentativa de esconder o fenômeno fica por conta da expressão “o Espírito do Pai”, quando a realidade é “um Espírito do Pai” a mudança do artigo indefinido para o artigo definido tem como objetivo principal desvirtuar a fenomenologia em primeiro plano e em segundo, mais um ajuste de texto bíblico para apoiar a trindade divina copiada dos povos pagãos.
O filósofo e teólogo Carlos Torres Pastorino abordando a questão da mudança do artigo, diz:
“...Novamente sem artigo. Repisamos: a língua grega não possuía artigos indefinidos. Quando a palavra era determinada, empregava-se o artigo definido ‘ho, he, to’. Quando era indeterminada (caso em que nós empregamos o artigo indefinido), o grego deixava a palavra sem artigo. Então quando não aparece em grego o artigo, temos que colocar, em português, o artigo indefinido: UM espírito santo, e nunca traduzir com o definido: O espírito santo”. (Sabedoria do Evangelho, volume 1, pág 43).
Se sustentarmos a expressão “o Espírito do Pai” teremos forçosamente que admitir que o próprio Deus venha a se manifestar num ser humano. Pensamento absurdo como esse só pode ser pela falta de compreensão da grandeza de Deus. Dizem os cientistas que no cosmo há 100 bilhões de galáxias, cada uma delas com cerca de 100 bilhões de estrelas, fazendo do Universo uma coisa fora do alcance de nossa limitada imaginação, mas, mesmo que a custa de um grande esforço, vamos imaginar tamanha grandeza. Bom, façamos agora a pergunta: o que criou tudo isso? Diante disso, admitir que esse ser possa estar pessoalmente inspirando uma pessoa é fora de proposto, coisa aceitável a de povos primitivos, cujos conhecimentos não lhes permitem ir mais longe, por restrição imposta pelo seu hábitat.
A mediunidade no apostolado
Um fato, que reputamos como de inquestionável ocorrência da mediunidade, aconteceu logo depois da morte de Jesus, quando os discípulos reunidos receberam“como que línguas de fogo” e começaram a falar em línguas, de tal sorte que, apesar da heterogeneidade do povo que os ouvia, cada um entendia o que falavam em sua própria língua. Fato extraordinário registrado no livro Atos dos Apóstolos, desta forma:
“Quando chegou o dia de Pentecostes, todos eles estavam reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um barulho como o sopro de um forte vendaval, e encheu a casa onde eles se encontravam. Apareceram então umas como línguas de fogo, que se espalharam e foram pousar sobre cada um deles. Todos ficaram repletos do Espírito Santo, e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem. Acontece que em Jerusalém moravam judeus devotos de todas as nações do mundo. Quando ouviram o barulho, todos se reuniram e ficaram confusos, pois cada um ouvia, na sua própria língua, os discípulos falarem”. (Atos 2, 1-6).
Aqui podemos identificar o fenômeno mediúnico conhecido como xenoglossia, que na definição do Aurélio é: A fala espontânea em língua(s) que não fora(m) previamente aprendida(s). Mas, como da vez anterior, tentam mudar o sentido, para isso alteram o artigo indefinido para o definido, quando a realidade seria exatamente que estavam “repletos de um Espírito santo (bom)”.
Fato semelhante aconteceu, um pouco mais tarde, nomeado como o Pentecostes dos pagãos:
“Pedro ainda estava falando, quando o Espírito Santo desceu sobre todos os que ouviam a Palavra. Os fiéis de origem judaica, que tinham ido com Pedro, ficaram admirados de que o dom do Espírito Santo também fosse derramado sobre os pagãos. De fato, eles os ouviam falar em línguas estranhas e louvar a grandeza de Deus...” (At 10, 44-46).
Episódio que confirma que “Deus não faz acepção de pessoas” (At 10,34), daí podermos estender à mediunidade como uma faculdade exclusiva a um determinado grupo religioso, mas existindo em todos segmentos em suas expressões de religiosidade.
A mediunidade como era “transmitida”
A bem da verdade não há como ninguém transmitir a mediunidade para outra pessoa, entretanto, pelos relatos bíblicos, a imposição das mãos fazia com que houvesse sua eclosão, óbvio que naqueles que a possuíam em estado latente. Vejamos algumas situações em que isso ocorreu.
Em Atos 8, 17-18:
“Então Pedro e João impuseram as mãos sobre os samaritanos, e eles receberam o Espírito Santo. Simão viu que o Espírito Santo era comunicado através da imposição das mãos. Dêem para mim também esse poder, a fim de que receba o Espírito todo aquele sobre o qual eu impuser as mãos”.
Simão era um mago que, com suas artes mágicas, deixava o povo da região de Samaria maravilhado. Mas, ao ver o “poder” de Pedro e João, ficou impressionado com o que fizeram, daí lhes oferece dinheiro a fim de que dessem a ele esse poder, para que sobre todos os que ele impusesse as mãos, também recebessem o Espírito Santo.
Em Atos 19, 1-7:
“Enquanto Apolo estava em Corinto, Paulo atravessou as regiões mais altas e chegou a Éfeso. Encontrou aí alguns discípulos, e perguntou-lhes: ‘Quando vocês abraçaram a fé receberam o Espírito Santo?’ Eles responderam: ‘Nós nem sequer ouvimos falar que existe um Espírito Santo’. Paulo perguntou: ‘Que batismo vocês receberam?’ Eles responderam: ‘O batismo de João’. Então Paulo explicou: ‘João batizava como sinal de arrependimento e pedia que o povo acreditasse naquele que devia vir depois dele, isto é, em Jesus’. Ao ouvir isso, eles se fizeram batizar em nome do Senhor Jesus. Logo que Paulo lhes impôs as mãos, o Espírito Santo desceu sobre eles, e começaram a falar em línguas e a profetizar. Eram, ao todo, doze homens”.
Será que podemos entender que o batismo de Jesus é “receber o Espírito Santo”, conseguido pela imposição das mãos? A narrativa nos leva a aceitar essa hipótese, apenas mantemos a ressalva feita anteriormente quanto à expressão “o Espírito Santo”.
A mediunidade como os dons do Espírito
Na estrada de Damasco, Paulo, que até então perseguia os cristãos, numa ocorrência transcendente, se encontra com Jesus, passando, a partir daí, a segui-lo. Durante o seu apostolado se comunicava diretamente com o Espírito de Jesus, demonstrando sua incontestável mediunidade.
Aliás, o apóstolo Paulo foi quem mais entendeu do fenômeno mediúnico, tanto que existem recomendações preciosas de sua parte aos agrupamentos cristãos de então. Ele o chamava de “dons do Espírito”“Sobre os dons do Espírito, irmãos, não quero que vocês fiquem na ignorância” (1Cor 12,1), mostrando-se interessado em que todos pudessem conhecer tais fenômenos.
E esclarece o apóstolo dos gentios:
“Existem dons diferentes, mas o Espírito é o mesmo; diferentes serviços, mas o Senhor é o mesmo; diferentes modos de agir, mas é o mesmo Deus que realiza tudo em todos. Cada um recebe o dom de manifestar o Espírito para a utilidade de todos. A um, o Espírito dá a palavra de sabedoria; a outro, a palavra de ciência segundo o mesmo Espírito; a outro, o mesmo Espírito dá a fé; a outro ainda, o único e mesmo Espírito concede o dom das curas; a outro, o poder de fazer milagres; a outro, a profecia; a outro, o discernimento dos espíritos; a outro, o dom de falar em línguas; a outro ainda, o dom de as interpretar. Mas é o único e mesmo Espírito quem realiza tudo isso, distribuindo os seus dons a cada um, conforme ele quer”. (1 Cor 12,4-11).
Novamente, mudando-se “o Espírito” para “um Espírito”, estaremos diante da faculdade mediúnica, basta “ter olhos de ver”.
Ao que parece, naquela época, os médiuns se preocupavam mais com a xenoglossia Paulo para desfazer esse engano novamente faz outras recomendações aos coríntios (1Cor 14,1-25). Disse ele:
“...aspirem aos dons do Espírito, principalmente à profecia. Pois aquele que fala em línguas não fala aos homens, mas a Deus. Ninguém o entende, pois ele, em espírito, diz coisas incompreensíveis. Mas aquele que profetiza fala aos homens: edifica, exorta, consola. Aquele que fala em línguas edifica a si mesmo, ao passo que aquele que profetiza edifica a assembléia. Eu desejo que vocês todos falem em línguas, mas prefiro que profetizem. Aquele que profetiza é maior do que aquele que fala em línguas, a menos que este mesmo as interprete, para que a assembléia seja edificada...”.
Conclusão
Como apregoa a Doutrina Espírita o fenômeno mediúnico nada mais é que uma ocorrência de ordem natural. Podemos identificá-lo desde os mais remotos tempos da humanidade, e não poderia ser diferente, pois, em se tratando de uma manifestação de uma faculdade humana, deverá ser mesmo tão velha quanto a permanência do homem aqui na Terra.
Mas, infelizmente, a intolerância religiosa, a ignorância e, por vezes, a má-vontade, não permitiu que fosse divulgada da forma correta, ficando mais por conta de uma ocorrência sobrenatural, que só acontecia a uns poucos privilegiados. Coube ao Espiritismo a desmistificação desse fenômeno, bem como a sua explicação racional. Kardec nos deixou um legado importantíssimo para todos que possam se interessar pelo assunto, quando lança O Livro dos Médiuns, que recomendamos aos que buscam o conhecimento dessa fenomenologia, ainda muito incompreendida em nossos dias.

Aceitação é difícil? Ou seria fácil?

A mente costuma distorcer e nos fazer acreditar que agir da forma mais fácil que há é a mais difícil. Quando estamos passando por alguma situação que vemos como negativa, a reação mais difícil é a não-aceitação e a mais fácil é a aceitação. Mas não seria o contrário? Não. É que quando não aceitamos a situação, criamos uma resistência interior desconfortável que nos faz sofrer.

A não-aceitação é um brigar com uma realidade que já é. Nada pode ser mais difícil ou insano do que isso. Os momentos que se sucedem são do jeito que são. Muitos deles não tomam a forma que nós desejamos. Quando isso ocorre, surge um sofrimento interior ao qual chamamos de não-aceitação. As pessoas agem da maneira que agem, têm seu próprio comportamento e modo de pensar. E quando elas não agem conforme nós gostaríamos, surge também a não-aceitação.

Essa resistência não tem poder algum de mudar a situação exterior ou o comportamento de alguém. Mas, inconscientemente, é como se achássemos que nossas reclamações mentais e nosso desconforto interno fosse mudar algo.

A não-aceitação vem sendo praticada pela humanidade há milênios, por isso está bastante enraizada no inconsciente coletivo, moldando nossa forma de pensar, fazendo parecer que é algo natural. É comum agir dessa forma, mas não é saudável. Os níveis de aceitação variam de pessoa pra pessoa. Quanto mais uma determinada pessoa não aceita as coisas do jeito que são, mais ela sofre.



Precisamos, então, praticar a aceitação, de forma paciente e persistente, porque a nossa mente está viciada em resistir e causar sofrimento. Me pego muitas vezes por dia tendo pensamentos de não-aceitação que não mudam em nada a situação externa, mas que me trazem desconforto interior. Quando percebo, dou-me conta da insanidade que é esse tipo de pensamento e procuro abandoná-lo. Isso acontece desde pequenas coisas até eventos mais significativos.

Agora mesmo ao escrever esse texto, o cursor do computador às vezes muda sozinho de local e vai parar em outro local da página. Eu tenho que pegar o mouse, retornar para o ponto certo e corrigir o erro. Não sei porque meu computador faz isso sozinho. Automaticamente, surge uma irritação, que nada mais é do que uma resistência interior. Reclamações inconscientes do tipo "isso não deveria ter acontecido; droga, agora tenho que parar o texto e redigitar algumas coisas; não entendo porque isso acontece". No momento em que percebo, procuro simplesmente observar e soltar esse desconforto porque ele não muda em nada o que aconteceu nem o que eu tenho que fazer; causa-me apenas mal-estar.

O desconforto surge de forma automática pelo longo condicionamento mental que vem sendo passado de geração em geração. Mas isso não significa que não possa ser mudado. Com a prática, eu percebo que minha mente vem reclamando e resistindo menos. Cada vez mais rapidamente, consigo perceber e largar esses pensamentos de resistência. As vezes eu me deixo levar por eles mais do que poderia. O importante é continuar praticando sempre, e os progressos ocorrem certamente.

Quando alguém é antipático, grosseiro, ou age de uma forma contrária às nossas expectativas, o gatilho da não-aceitação é disparado em nós, gerando raiva, irritação e outros sentimentos. Outro dia, fui a uma padaria, dei um sonoro "boa tarde" mas a atendente do caixa não respondeu. Fez sua tarefa de forma automática a não me deu qualquer atenção. Estava com a cabeça em outro lugar. Rapidamente, surgem os pensamentos de irritação: "Nossa, que moça mal educada!". Percebi o que ocorreu, larguei o pensamento e fiquei em paz. Deixei a moça ser do jeito que ela é. Não briguei mais com o que aconteceu. Quando você aceita, é como se você se tornasse transparente e, assim, as ofensas e outras coisas que poderiam ser desagradáveis passam através de nós.

São exemplos simples, mas servem para qualquer tipo de situação. No meu caso, percebo que às vezes tenho mais facilidade em aceitar fatos considerados maiores dos que os pequenos. Certa vez, um motorista fez uma manobra maluca e acertou em cheio o meu carro, provocando um acidente que poderia ter sido grave. Muitos danos materiais, mas felizmente nenhum dano físico. O interessante é que quando isso ocorreu, saí do carro 100% em paz e fui até o carro do outro motorista para saber se ele estava bem. Fiz tudo que era possível ser feito, tomei as ações necessários, sem precisar da raiva, irritação, ou qualquer outro tipo de resistência interior.



Sempre que se fala sobre aceitação, algumas pessoas dizem que é ela a responsável pela falta de ação. Justificam que, quando você aceita algo, você fica passivo, não toma nenhuma atitude e permite, assim, que pessoas passem por cima dos seus direitos e dos direitos alheios. No entanto, a falta de ação é gerada por outros problemas emocionais que as pessoas têm ligados à auto-estima: sentimentos de não-merecimento, sentir-se inferior, ter dificuldade em dizer não, medo de não ser aceito, medo de ser julgado... Tudo isso pode e deve ser trabalhado com a EFT.

Existe até uma cobrança social para que se reaja de forma emocional a determinados eventos. Já observei pessoas comentando "como fulano pode ficar assim tão tranqüilo diante dessa situação? Parece que não tem sangue correndo nas veias".

Certa vez, em um momento de tranqüilidade que tive em uma situação tipicamente estressante, uma pessoa que estava super irritada com a mesma situação me disse que ela até gostaria de ficar calma, mas que era muito difícil ficar como eu naquela hora. Nesse momento, o pensamento que me veio foi o contrário. Olhei para a outra pessoa e cheguei a conclusão que o difícil era reagir daquela forma, não aceitando e se estressando com a situação, simplesmente, por que causava um grande sofrimento e não resolvia nada. Só que em outros momentos, eu acabo caindo exatamente no mesmo mecanismo de resistência interior. Por isso é importante a prática. A aceitação é o fácil que a mente distorce e interpreta como sendo algo difícil.



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sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Verdadeiro Amor

Estavam casados há dezenove anos. Tinham um filho.
Numa manhã de primavera, o marido pediu o divórcio. Confessou já ter outra companheira com quem bem se entendia e desejava viver.
A esposa ficou chocada mas, em vez do escândalo que ele esperava, ela simplesmente lhe pediu para aguardar trinta dias.
E, como cláusula adicional para o deixar seguir sua vida, lhe exigiu que, durante aquele período, a cada manhã, ele a transportasse em seus braços do quarto para a sala de jantar.
Que são trinta dias para quem poderia gozar a liberdade depois?
No dia seguinte, ele a transportou do quarto para a sala de jantar e saiu para o trabalho. Quando retornou à noite, ela estava sentada à mesa e escrevia.
Assim foi no segundo e nos demais dias. No vigésimo primeiro dia, quando ele a apanhou nos braços, ela recostou sua cabeça no ombro dele.
Aquilo o fez recordar dos dias primeiros da união matrimonial. Um doce enlevo pareceu envolvê-lo, mas ele jogou longe os pensamentos.
No vigésimo quinto dia, quando ele a estava levando para a sala de jantar, o filho os surpreendeu. Olhou a ambos, sorriu e comentou:
Olha o casalzinho namorando... Legal, hein, pai!
Aquilo mexeu com ele. Faltavam somente cinco dias para sua liberdade.
Mas ele começara a sentir algo estranho dentro dele. Já não tinha tanta certeza se desejava mesmo ficar com a outra companheira, deixando esta.
Os dias do namoro, o romantismo dos primeiros anos principiava, de forma insistente, a surgir na tela da sua mente.
Ele passou a se dar conta que, a cada dia, a esposa estava mais leve. Pensou que deveria ser por já se ter habituado àquele ritual matutino.
No trigésimo dia, ele desfez o compromisso com a outra companheira. Ela ficou muito zangada e disse que a esposa usara de subterfúgios para o seduzir novamente.
Raivosa, o despachou.
Ele comprou flores no caminho. Entrou cantando em casa. Mas a esposa não estava na sala, como habitualmente.
Foi ao quarto. Ela estava deitada. Ele se aproximou, curvou-se para beijá-la. Sentiu-a gélida. Ela estava morta.
Sobre a mesa de cabeceira, um envelope nominado a ele. Abriu-o e começou a ler. Era uma longa carta, aquela que ele a vira escrever, dia após dia.
Entre lágrimas leu que, no dia em que ele lhe pedira o divórcio, ela havia se preparado para lhe dizer do diagnóstico que recebera.
E de que teria somente trinta dias de vida. Por isso, para que ele não se sentisse culpado e ficasse verdadeiramente livre, ela pedira aquele prazo e a atenção toda manhã.
Agora, ele estava livre para buscar o amor que desejava. Ela se fora.
O homem chorou e chorou. Chorou a perda do seu grande amor. Um amor que, mesmo não mais sendo amado, pensara nele, na sua felicidade.
Um imenso amor como poucos...

Redação do Momento Espírita, com base em fato narrado por Divaldo Pereira Franco, em Conferência proferida em Pinhais, PR

Fonte: http://www.forumespirita.net/fe/accao-do-dia/verdadeiro-amor-!/?PHPSESSID=c29d1fb87b69b0bfea7aa34b3af8e969#ixzz1WqAs7800